sábado, 21 de junho de 2014

A PASSAGEIRA

A União Soviética deixou o mundo boquiaberto a 3 de Novembro de 1957, com o lançamento do Sputnik II. A bordo da pequena nave satélite viajava uma pequena cadela: a Laika, o primeiro animal a orbitar a Terra. Todavia, a Laika não terá sido o primeiro animal a ser lançado no espaço. Quer os EUA, quer a URSS já antes haviam lançado animais no espaço - desde 1947.

Nos tempos primórdios da "Rocket Science" ninguém imaginava que efeitos teria a ausência de peso sobre seres vivos. Então, animais - principalmente cães, chimpazés e outros macacos - foram utilizados para testar a segurança e viabilidade de lançar seres vivos para o espaço, trazendo-os de volta intactos.



Desde então, os animais têm desempenhado um papel importante na compreensão do impacto da micro-gravidade, no que diz respeito a diversas funções biológicas. Os astronautas têm estudado todo o tipo de animais - moscas, abelhas, tartarugas, minhocas, peixes, aranhas, coelhos, baratas, formigas, sapos, ratos, grilos, caracóis, traças, medusas, porquinhos da índia, borboletas, escorpiões, etc.


Sputnik I

Após o êxito do Sputnik I, Nikita Khrushchev solicitou o lançamento de um segundo satélite artificial no espaço, para assinalar o quadragésimo aniversário da revolução russa (dia 7 de Novembro de 1957). Por esta altura, os soviéticos tinham em andamento a construção de um satélite bastante mais sofisticado que o Sputnik I, mas que não ficaria pronto a tempo das celebrações. Todavia, viria a ser o Sputnik III.


Sputnik III

Foi por isso necessário construir um outro satélite mais simples, para que conseguissem cumprir a data limite. A decisão de fazer o novo lançamento foi tomada entre 10 e 12 de Outubro, o que deixava à equipa construtora apenas cerca de 4 semanas. E a construção da nave Sputnik II foi bastante complicada, dada a intenção de transportar a bordo um ser vivo.

A nave estava equipada com instrumentos para medir a radiação solar e os raios cósmicos, um sistema de geração de oxigénio acompanhado de sistemas para absorver dióxido de carbono, e outro para evitar o envenenamento por oxigénio. Foi também instalado um ventilador que operava quando a temperatura da nave superava os 15ºC. Além disso, o satélite levava comida suficiente para o voo de sete dias - uma geleia especial que tinha sido servida aos três animais eleitos para o programa, em terra, para que se habituassem.

Também foi feito um fato espacial para a Laika. O fato estava equipado com uma bolsa para armazenar os seus dejectos, e a cadelita tinha também uma cadeira que limitava os seus movimentos ao sentar-se, pôr-se de pé ou encostar-se. A frequência cardíaca da Laika podia ser monitorizada na base espacial, bem como medido o seu ritmo respiratório, a sua pressão arterial e os seus movimentos básicos.


Laika nos treinos para viajar no Sputnik II

A cadelita Laika vivia nas ruas de Moscovo. Pesava aproximadamente seis quilos e tinha três anos de idade quando foi recolhida para integrar o programa espacial soviético. Orginalmente foi baptizada de Kudryavka (Crespinha), depois de Zhuchka (Bichinho) e ainda de Limonchik (Limãozinho). Por fim, ficou Laika (originalmente Husky, dado a raça cruzada da Laika).

Os cães recolhidos eram mantidos num centro de investigação em Moscovo. Três deles foram avaliados e treinados para as missões espaciais: Laika, Albina e Mushka.


Laika, Albina e Mushka

A missão levada a cabo pelo Sputnik II exigia uma atenção especial sobre o treinamento dos cães, dado que o voo exigia dos animais uma adaptação a espaços confinados por um período de dias.

Albina foi lançada duas vezes em foguetes para provar a sua resistência a grandes alturas, e Mushka foi utilizada nos testes dos instrumentos e dos equipamentos de suporte vital. Laika foi seleccionada para participar na missão orbital, tendo Albina como sua principal substituta.

O seu treino estava a cargo do cientista Oleg Gazenko. Consistia em acostumar os cães ao ambiente que iriam encontrar na viagem - o espaço reduzido da cápsula, os ruídos, as temperaturas, as vibrações e acelerações. Durante estas actividades, a pulsação dos animais chegava a duplicar. Este processo de treino seria mais tarde utilizado nos cosmonautas soviéticos.

A adaptação dos animais ao confinado espaço do Sputnik II exigia que permanecessem confinados a espaços progressivamente mais pequenos por períodos que iam até vinte dias. O confinamento provocou distúrbios biológicos nos animais, o que foi deteriorando as suas condições físicas.

Em 31 de Outubro de 1957, três dias antes do lançamento, a Laika foi colocada no Sputnik II no cosmódromo de Baikonur (no actual Cazaquistão). Dois assistentes ficaram encarregues de vigiar a Laika. Antes do lançamento - a 3 de Novembro de 1957 - a pelagem da Laika foi limpa com uma solução de etanol, e pintaram-na com iodo nas áreas onde lhe seriam aplicados sensores para vigiar as suas funções corporais.

O Sputnik II foi lançado dia 3 de Novembro de 1957. Os sinais vitais da Laika iam sendo seguidos tele-metricamente por controle em terra. Ao alcançar a aceleração máxima, a respiração da Laika aumentou três a quatro vezes acima do normal, e a sua frequência cardíaca passou de 103 a 240 batimentos por minuto. 


Lançamento do Sputnik II

Ao alcançar a órbita, a ponta cónica do Sputnik II desprendeu-se com sucesso. A outra secção da nave que se deveria ter desprendido, não o fez, impedindo que o sistema de controlo térmico funcionasse correctamente.

Uma parte do isolamento térmico desprendeu-se, fazendo com que a cápsula alcançasse uma temperatura de 40ºC. Após três horas de micro-gravidade, o pulso da Laika tinha descido para 102 batimentos por minuto - uma descida que levara três vezes mais o tempo idealizado em relação ao tempo conseguido nos treinos, indicando o elevado stress em que a Laika se encontrava.

Dados iniciais mostravam que apesar do stress a Laika estava a comer. Todavia, cinco a sete horas após a descolagem a recepção de dados vitais cessou...

Infelizmente, a viagem da Laika ao espaço era logo à partida uma apenas de ida. Os cientistas que construíram a nave satélite não tiveram tempo de elaborar uma estratégia de reentrada dado o curto prazo permitido para a construção do Sputnik II. A nave entrou em combustão espontânea na camada superior da atmosfera em Abril de 1958.






domingo, 15 de junho de 2014

A VIDA E TODA A EXISTÊNCIA

O que me reavivou este interesse foi ouvir o Neil deGrasse Tyson... Sempre gostei de Carl Sagan... Ler o "Cosmos" foi uma experimentação explosiva para o meu cérebro... mas ficou arrumada... guardada num cantinho que adormeceu durante anos.

Agora regressou com os contos e factos do Senhor Neil. Tem uma forma tão envolvente de nos ensinar o Cosmos... apaixonante!

De tudo o que ele conta e explica, das coisas que mais retenho é "Everything and everyone is made out of the same stuff: stardust." Wow!

Então é impossível que não haja outras formas de vida além do nosso planeta, além do nosso Sistema Solar, além... Basta pensar que nessa imensidão acima das nossas cabeças possa haver outros sistemas solares onde existem astros com uma posição de tal forma perfeita no alinhamento com os seus astros rei, que possibilita a "existência". 

Não vale a pena imaginar que sejam formas de vida hósteis. Todas as espécies são mais ou menos hósteis na luta pela sua sobrevivência, quando se sentem ameaçadas, quando sentem os seus semelhantes ameaçados. Gosto dos filmes da saga "Alien", até simpatizo com aquele bichinho fervoroso que tanto defende os seus... mas porque havemos de pensar que as vidas extra nos quererão aniquilar? 

"Encontros Imediatos...", "Cocoon..." - são ficção tão verdadeiramente simpática de imaginar...

Eu acho que temos infinitos vizinhos por aí... hão de haver histórias de mundos que já foram, de mundos que virão, e de mundos que o são... gostava tanto de "sabê-los"...


Andromeda galaxy, M31, with satellite galaxies M32 (center left) and M110 (lower right).


The Man Who Speaks For Earth
(posted by Joshua Rothman)

sábado, 14 de junho de 2014

O ESPAÇO... O UNIVERSO... O COSMOS... O TODO...

Sempre me fascinei pelo Espaço...

- Primeiro filme relacionado no Espaço: "Star Wars - Episode IV", tinha eu 7 ou 8 anos...

- Primeiro homem a pisar a lua: Neil Armstrong, em 20 de Julho de 1969... ano em que nasci...

- Séries que mais marcaram a minha infância: "Espaço 1999" e "Star Trek"...

Não segui o caminho da ciência... segui o caminho da educação... mas o Universo tornou-se - tarde - uma espécie de "Hobby". Este blog é apenas uma homenagem a esse sonho inacabado... que incluiu subir numa nave e visitar o espaço ( :D ). 

Ainda não sei bem por onde começar... amanhã surgirá a primeira ideia... 



O aglomerado estelar NGC 6522 - possivelmente a origem das primeiras estrelas do Universo.